António José Forte
“Num mundo em que a realidade mesquinha e imediata conta antes de mais nada, haver dois seres que se entregam desinteressadamente é na verdade misterioso. E este tempo, menor do que qualquer outro, não gosta dos que se amam.”
Reunindo as cartas escritas entre 1959 e 1967 pelo poeta a Amélia Bento, sua primeira mulher, Só me calarei para te amar mais desvenda o «rosto secreto do homem» que foi António José Forte. No Verão de 1959, no calor da cidade do Porto, um encontro fulgurante desenharia a história destas «duas almas espantadas e feridas pelo espectáculo da miséria do mundo»: da paixão ardente de dois amantes separados às contrariedades de uma vida em comum que esbarra no muro do quotidiano.
Estas cartas e promessas alinhavadas no Café Royal, no cárcere do Aljube, no dia-a-dia das bibliotecas itinerantes e na cosmopolita Paris traçam o percurso do par ao longo de quase uma década, revelando nas entrelinhas a génese e inspiração de alguns poemas de António José Forte.