Diário de Um Mau Ano trata da solidão, da amizade e da possibilidade do amor. Não se parece com nenhum outro romance de J. M. Coetzee. Com as suas três dinâmicas vozes, impregnadas de emoção, é um livro sobre a maneira como optamos por ler, sobre o modo como a imaginação molda as nossas vidas.
«Escrito e construído como uma partitura musical, Diário de Um Mau Ano vai entrelaçando os seus vários níveis, sobretudo através dos comentários de Anya às reflexões do escritor, numa espécie de contraponto esperançoso ao desencanto que adivinhamos de Coetzee (e que a personagem de Alan parece existir para confirmar). Com grande mestria, o Nobel sul-africano mostra-se mais uma vez capaz de nos dar a ouvir diferentes timbres de voz e, se alguma desafinada, a dele: “Precisa-se: Guru idoso. Deve ter uma vida inteira de experiência, palavras sábias para todas as ocasiões. Condição de preferência uma longa barba branca.” Porque não hei-de tentar a minha sorte? (…). Não me tornei propriamente uma celebridade como romancista; vejamos se me celebrizam como guru.” Dispensado o guru e concordando-se ou não com (todas) as “ideias fortes” expressas em Diário de Um Mau Ano, certo é que se trata de um romance que merece celebração.»
– Ana Cristina Leonardo, Expresso