Amantes
A noite é espessa nos nossos corpos,
lixo estraído da veia do arco-íris
o coração duro tremente com gotinhas de champanhe
Amei-te durante horas
os nossos sexos estremecem como aranhas baloiçando numa teia
assegura-te de que a rapidez do meu amor fica contigo para sempre
coxas dançando com ossos suaves e claros como gelo
no desfiladeiro da noite caminhamos através de sombras
e vemos montanhas de espelho aos nossos pés
no vale da morte trocamos os nossos votos
neste mundo temporário vivemos por momentos
que cessam de existir muito depois da morte
Lembrar-me-ei do teu boné estiloso, do que trazias vestido
usavas um colar negro com uma ampulheta de rubi vermelho
bebemos todo o scotch que restava no frigorífico
nos teus lábios experimentei a loucura
do género da que a Luna dá
no primeiro dia de Primavera demos um ao outro
o sopro do amor dizendo que ele seria para sempre
quando o momento se desvanece continuo a recuar
até ao tempo em que me abraçaste tão forte
assim que a meia-noite colapsou.