Neste revolucionário discurso que influenciou todo o pensamento político e social produzido desde então, Rousseau explora os fatores que contribuem para a injusta e desestabilizadora desigualdade entre os Homens.
Publicado em 1754, antecipando a convulsão da Revolução Francesa décadas mais tarde, o filósofo discorre acerca da natureza do Homem e aponta a instituição da propriedade privada e o conflito com o mundo natural imposto pela civilização como principais corruptores da essência humana. Argumentando que o Homem primitivo estaria numa posição de igualdade em relação aos seus pares, gozando de uma liberdade e felicidade que lhe seriam intrínsecas, Rousseau denunciava a crescente sofisticação civilizacional, com as suas instituições artificiais de riqueza, poder e privilégio, como causa principal de um desequilíbrio insanável no seio da Humanidade, atribuindo uma vantagem desmesurada aos mais fortes sobre os mais fracos e assim alimentando injustiças e tumultos.
Alvo de duras críticas, assim como de defesas apaixonadas na época, este discurso viria a tornar-se um clássico da filosofia política e permanece, hoje, como então, tão atual quanto polémico.