Georges Burdeau
Ensaio Sintético, assim classificou Georges Burdeau, professor da Faculdade de Direito de Paris, director dos Altos Estudos Franceses no Egipto, este livro (A Democracia), o que indica ao leitor um limite do propósito e dá uma noção precisa do objecto. Ensaio sintético – o que significa que o autor não pretende fazer um estudo exaustivo nem da filosofia democrática, nem das instituições que se propõem realiza-la. Conhecedor da desorientação dos espíritos em face das interpretações de que a Democracia é objecto, o autor empenha-se em ordenar, segundo grandes linhas de força, os temas sociais e políticos que à ideia de Democracia estão associados. E como a análise da Democracia não poderia hoje limitar-se a um estudo dos mecanismos governamentais, Georges Burdeau situa-se no contexto de uma visão total das exigências, das crenças e até das limitações do homem do nosso tempo.
Apelando para a colaboração do leitor, tomando os dados primitivos as suas inquietações quotidianas, as suas dúvidas, os seus impulsos, este ensaio sobre a Democracia tende a coordenar num sistema de ideias o que a vida de todos os dias oferece na desordem dos apetites ou das paixões.