Propagandas (1962) conserva uma surpreendente actualidade e é um livro indispensável para a compreensão de um fenómeno que se aperfeiçoa continuamente. Inserido na análise elluliana da sociedade contemporânea, destaca a omnipresença da propaganda e das suas formas numa sociedade tecnicista, tidas erradamente por apanágio das ditaduras, expondo mecanismos de manipulação das massas. Baseando-se nas premissas da propaganda em geral e definindo características, tipos e processos, Propagandas denuncia uma técnica que «procede a um curto-circuito do pensamento e da decisão» e que converte a democracia num exercício de prestidigitação, pela supressão do espírito crítico e pela unificação psicológica. Uma intensa reflexão que sublinha a convicção de que, para o homem, existir é resistir a todas as tentativas totalitárias de integração social.