Livro fragmentário, há quem o veja como um todo, outros lêem-no como uma história, uma narrativa das (im)possibilidades do narrador que nunca enumera verdades nem se nomeia. Marcado por cumplicidades na procura do outro, não encontra no outro relações iguais, ou mesmo identificáveis. Estamos sempre perante a possibilidade e não o real. A loucura do dia é marcada pelo narrador que observa um carro de bebé e a sua mãe a passar a porta, se fere a si próprio com facas e bocados de vidro e se observa, vê o passar do dia à noite e a noite ao dia e reflecte as suas consequências. A loucura do dia dá-nos um narrador que recusa a narrativa, vida sem fragmentos, e conta-nos assim uma história sem fio nem consolo de um qualquer final.