NA MORTE DA AURA
Foi pouco, muito pouco o que da vida provaste
– nem, a bem dizer, houve tempo para mais –
e amargo, tão amargo que na hora da partida
nem adeus, nem pena, nem saudades.
Pouco o que provaste e menos, tão menos ainda
o que levaste; mas o que foste e ainda serás
– ou já não serás, qual é mesmo a diferença? –
que mistério sempre tão difícil de inventar!
(pág. 65)
