INTERVALO
Anda a noite a soprar vento aos quatro cantos
E a encher de silêncios esparsos a escuridão álgida e impertinente.
Nas folhas que caem das árvores
Vem a tristeza de um mundo desabado,
Mas nas sementes que a ventania arrasta
Vai a vida que há-de ser calcada para produzir.
Sòzinho,
Pensando em ti e em todos os que contigo virão,
Amigo,
Divago nas folhas mortas e nas sementes apodrecidas,
Num inquérito de confraternização a que o sonho
Pela calada enigmática da noite me há-de responder.