A simples formulação ‘o que sabe o desenho sobre o espaço’, é por certo aquela que mais tem impulsionado a minha produção. Procuro nos referentes espaciais, uma reciprocidade ou até fieldade com a capacidade indutiva e assembladora do desenho. Nas costas dos altares encontrei um destes referentes, exíguo, intersticial e totalmente avesso a uma interpretação e subsequente representação que não seja fragmentada e desconexa.
O desenho, mais concretamente o desenho arquitetónico, contém no seu código uma resolução geométrica (secção vertical) capaz de juntar toda aquela informação passível de obter apenas de forma parcelar.
Foram fotografadas mais de 1000 imagens, que apoiaram a representação desenhada das costas dos altares de Tibães e de Refojos (o que tende a não ser, 2019). Esta publicação, de forma algo artificiosa, parece remeter de novo para a primeira perceção, em que num intrincado e titubeante jogo de vincos, quebras e escolhas de desdobramento, somos guiados até uma compreensão global do referente.