tanta sede junto ao mar
alastra o inferno
ao estender a faúlha na areia
sob o voo
crepitam os gritos desmembrados
no meio de trapos alguns
sonhos derretidos
tanto mar junto à sede
e as pálpebras desidratadas
fechadas para o fim do mundo
sobre as cinzas
dorme a humanidade desmemoriada
junto ao mar junto à sede
(pág. 21)