Traduções de João Coles
Um poema de Salvatore Quasimodo:
“DAR E TER
Nada me dás, não me dás nada
tu que me escutas. O sangue
das guerras secou,
o desprezo é um desejo puro
e não provoca um gesto
de pensamento humano
além das horas da piedade.
Dar e ter. Na minha voz
existe pelo menos um sinal
de geometria viva,
na tua, uma concha
morta com lamentações fúnebres.”
(p.71)