George Bataille
<< De certa maneira, o mundo é ainda, de um modo fundamental, imanência sem limite claro (escoamento indistinto do ser no ser, lembro-me da instável presença das águas dentro das águas). De modo que a posição, no interior do mundo, de um «Ser supremo», distinto e limitado como uma coisa, é antes de tudo um empobrecimento. Há certamente na invenção do «Ser supremo» a vontade de definir um valor maior que todos os outros. Mas esse desejo de aumentar resulta numa diminuição. A personalidade objectiva do «Ser supremo» situa-o ao lado de outros seres pessoais de natureza semelhante, sendo ele próprio ao mesmo tempo sujeitos e objectos, mas dos quais difere claramente. >>