Sombra das Minhas Mãos – António Barahona

13.00

“XXVI

Acaba o dia, não o som diário,
obsessivo, organado e floriforme,
que recupera as sombras em enorme
incêndio dissonante num aquário

Linguagem nuclear, um certo timbre
barroco, e entalhado a oiro e sândalo,
com letras flamejantes no capítulo
da sala mais secreta ao pé da torre

Lá, habita quietude tão cantante
que os pássaros embriaga em tom de morte,
pousados sobre a lágea sem suporte

Acaba o dia, não o som vibrante
que tento articular nos ecos alvos,
calados e dispersos p’los meus versos”

(pp. 68 e 69)

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Descrição

Sombra das Minhas Mãos
(46 sonetos e uma sextilha)
António Barahona

Averno, 2022
400 exemplares

 

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