“XXVI
Acaba o dia, não o som diário,
obsessivo, organado e floriforme,
que recupera as sombras em enorme
incêndio dissonante num aquário
Linguagem nuclear, um certo timbre
barroco, e entalhado a oiro e sândalo,
com letras flamejantes no capítulo
da sala mais secreta ao pé da torre
Lá, habita quietude tão cantante
que os pássaros embriaga em tom de morte,
pousados sobre a lágea sem suporte
Acaba o dia, não o som vibrante
que tento articular nos ecos alvos,
calados e dispersos p’los meus versos”
(pp. 68 e 69)