ODE A PEIXE CHINÊS
OU
O CONVERTIDO À MORTE
A fractura do crânio prolonga sofrimentos
há rigores invernais no chão do sobressalto
espasmos caudais salpicam pavimentos
na cozinha tortura-se o mar alto.
Vibra no gume longínquo movimento,
a guelra fere a Parca, despenha-se a cabeça,
ao colidir a pedra renova-se o tormento,
os deuses estão à espera que pereça.
Ondulações caudais não acontecem
e pouco a pouco o tem submetido
sopro na bússola as rotas desvanecem
recuam náuticas do novo convertido.
(p.142)