Por muito que pese às antigas e novas ortodoxias, Rosa Luxemburgo entreviu desde 1918, de um modo quase profético, as consequências da prática política que a articulação partido-massas estava a tomar na Rússia. O problema residia, para além das especificidades da contextura económica e social de um país onde, ao mesmo tempo se realizavam duas revoluções (os rurais contra o feudalismo agrário e o proletariado urbano contra a burguesia), e do cerco capitalista que era movido à revolução, no controlo das massas, e, mais concretamente, do proletariado sobre os caminhos e processos da sua revolução.
Rosa Luxemburgo teve um mérito enorme: o de restituir, na obra e na ação, ao proletariado o papel de sujeito ativo da própria história, na esteira de Marx, revendo-o numa metodologia acertada com a sua época.
A construção desta antologia gira à volta dos textos de Rosa Luxemburgo: «Centralismo e Democracia», «Democracia e Ditadura» e «Liberdade da Crítica e Liberdade da Ciência»
“A mais implacável energia revolucionária e a mais generosa humanidade, eis aquilo que inspira o verdadeiro socialismo. Um mundo deve ser arrasado, mas a mínima lágrima vertida que pudesse ter sido impedida é uma acusação`