Cinquenta fotogramas documentam objetos pessoais e encontrados, tendo em comum a relação com o corpo que deles se serve: recordações de família, brinquedos, balões vazios, roupas esfiadas, materiais que restaram de trabalhos anteriores, e outras coisas que fui recolhendo em passeio: fios, cordas, pedras, folhas, paus e raízes, às quais regresso. Reuni estas imagens numa publicação, cujo título – Resto – remete para tudo aquilo que sobeja, para os vestígios, mas também para aquilo que fica por dizer ou fazer, que é sempre tanto. Este trabalho revela o cruzamento que tenho vindo a propor entre os objetos do quotidiano, que me acompanham noutros afazeres, e a prática artística, para a qual os (e me) vou desviando.
– Raquel Moreira