Originalmente editado em 1949, esta obra é um marco na história do movimento conservacionista, e promove ainda hoje o constante debate em torno das questões da nossa terra. Leopold desenvolve o conceito de comunidade da terra, onde se incluem humanos, mas também os solos, a água, as plantas e os animais, e introduz a ideia de uma ética da terra, apelando à responsabilidade moral que todos devemos ao mundo natural. Reflecte ainda sobre a necessidade de uma [r]evolução no pensamento humano e sobre os efeitos do progresso a todo o custo.
“Suspeito agora que, exactamente como uma manada de veados, vive no temor mortal dos lobos, assim vive a montanha no temor mortal dos veados. E talvez com mais razão, pois que enquanto um veado abatido pelos lobos pode ser substituído em dois ou três anos, uma cordilheira desarborizada por um excesso de veados não consegue reconstituir-se em tantas outras décadas.
O mesmo se passa com as vacas. O vaqueiro que livra a sua cordilheira dos lobos não compreende que está a impedir a tarefa do lobo de desbastar a manada por forma a que ela se adapte à cordilheira. Ele não aprendeu a pensar como uma montanha. É por isso que temos áreas desertas devido à erosão, e rios que arrastam o futuro para o mar. “