Redigido entre 1773 e 1777, só publicado em 1830, este texto de Denis Diderot constitui uma rara abordagem, à época, sobre o trabalho do actor. Desde então, a obra tem despoletado forte contestação por parte de vários comediantes, que consideram que Diderot olhou a sua arte como espectador e não como actor. As maiores críticas dirigiram-se, particularmente, à sua defesa da «falta de sensibilidade» do grande actor. Mas este texto não se cinge a esta discussão, propondo a reformulação do modo de fazer teatro, apelando a maior ‘verdade’ em cena, avançando com a noção de quarta parede, tornando-se, portanto, um precursor da estética realista.
Fonte: Diderot. (1993) Paradoxo sobre o actor. Lisboa: Hiena Editora.