Com este livro fecha-se um tríptico.
Depois de um quase manifesto contra a aceleração e fragmentação de um tempo social em que somos cada vez menos sujeitos soberanos do nosso próprio tempo (E se parássemos de sobreviver? Pequeno livro para pensar e agir contra a ditadura do tempo, 2018) e de um diagnóstico preocupado sobre os caminhos de abstracção e fuga do mundo em que a modernidade obstinada nos precipita (O desligamento do mundo e a questão do humano, 2020) —, este terceiro livro arrisca os termos de uma revolução nos caminhos, e de como os interpretamos, para que seja possível o regresso à boa companhia do mundo. Não um mundo deserto de lugares, ou em que todos se equivalham globalmente, não um mundo de matéria inerte e relações imateriais, mas de relações de sentido que fazem lugares ligando espaço e tempo na materialidade concreta que encontramos, neste ou em qualquer outro mundo.
[André Barata]