O que se descreve neste romance de uma beleza sombria é o modo como, por sobre as ilusões de uma geração e de um século, por sobre o entusiasmo militante e um pouco fútil da Frente Popular, se instalou afinal a dura presença da guerra. Um tempo antes, fora ainda possível que as pessoas se satisfizessem com a paz artificial de Munique e desejassem acima de tudo não morrer. Depois, a guerra tornou-se a única realidade tangível. E nada voltaria a ser o mesmo.
O homem “olhou para a janela. O dia nascera. Os minutos atraíam a si outros minutos, expulsando-se uns aos outros, empurrando-se sem fim. Avança. Decide. Os sinos dobram, uma vez mais mais. Dobrarão para sempre até à minha morte”.
Simone de Beauvoir nasceu em Paris em 1908 e é, hoje, uma das mais conhecidas escritoras de língua francesa. Autora de numerosos ensaios e romances, recebeu em 1954 o Prémio Goncourt.