Fernand Braudel
“De 1450 a 1650, durante dois séculos particularmente movimentados , a Itália das muitas cores, todas elas cintilantes, irradiou para além dos seus próprios limites e a sua luz espalhou-se pelo mundo. Esta luz, esta difusão de bens culturais saídos do seu seio, apresenta-se como a marca de um discurso excepcional, como um testemunho que, pela sua amplitude, confere o seu peso real a uma história múltipla cujo pormenor, visto no local, na própria Itália, não se apreende facilmente, de tão diversificado. Ver Itália, as Itálias, de longe é reunir num feixe único uma história fragmentada em demasiados relatos, em demasiados Estados e Estados-cidades. É, enfim, fazer um balanço pouco habitual que é uma espécie de operação de verdade, pelo menos uma maneira particular de compreender a grandeza italiana e assim melhor lhe fazer justiça”.
