O Alentejo não foi uma opção.
Foram as circunstâncias, como diria Kavafis, que me impuseram uma certa “vila da província”.
Talvez os meus poemas agradem mais ao homossexual dos velhos tempos do que ao jovem gay livre e emancipado dos dias de hoje.
Para o meu labor, prefiro – acima de tudo – o leitor comum e entusiasta da poesia.
Não saí do “armário” – há muitos e muitos anos, e a poesia foi a chave da porta – para ser engavetado, por quem não ama a poesia nem a vida e ainda menos a raiz erótica de ambas, no cacifo da literatura gay com um rótulo na testa ou uma etiqueta na nuca.
– José António Almeida