Henri Lefebvre
Poderosas forças tendem a destruir a cidade. Um certo urbanismo, diante de nós, projecta no terreno a ideologia de uma prática que visa a morte da cidade. Estas forças sociais e políticas assolam o urbano em formação.
Este germe, muito poderoso à sua maneira, poderá nascer nas fissuras que ainda subsistem entre estas massas: o Estado, a iniciativa privada, a cultura (que deixa morrer a cidade, oferecendo a sua imagem e as suas obras ao consumo), a ciência, ou, sobretudo, a cientificidade (que se coloca ao serviço da racionalidade existente e a legitima)?
A vida urbana poderá recuperar e intensificar as capacidades de integração e de participação da cidade, quase inteiramente desaparecidas, e que não podemos estimular nem pela via autoritária nem por prescrição administrativa, nem pela intervenção dos especialistas? Assim se formula o problema teórico capital.