ESTE JOGO DE FORÇAS
Este jogo de forças
há muito viciado.
Este pássaro cego
que desconhece as regras
do dentro e do fora,
e abre as asas
e embate na vidraça – uma e outra vez.
Esta fome irreparável;
e este espinho na garganta
que, à falta de melhor
desculpa, chamamos alimento.
(p.63)