Uma mulher, um homem, um banco na rua, um quarto de hotel: duas pessoas que se encontram, ela é a estrangeira, está sozinha, ele só aqui é estrangeiro, Um encontro com os momentos que escaparam, uma linguagem desamparada que já só se perde em pequenas palavras. Resta um silêncio entre as pessoas, silêncio que deixa adivinhar a necessidade de amor que os anima a ambos – uma necessidade não satisfeita. Uma grande peça sobre o amor que Fosse obsessivamente exorciza com a sua linguagem restrita e altamente musical.
O seu ritmo é repetitivo e obsessivo: os mesmos pensamentos, as mesmas sensações repetem-se obsessivamente, revelando esquemas escondidos de acção. E as pausas no que é dito e escrito criam um sentido além daquilo que é concretamente dito.
Michel Cournot