Háptica – Guilherme Vilhena Martins

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OS CÉUS SÃO DIFERENTES?

mas uma linha cortada em voo
na crina lenta da água
mexe os ventos
na tela de fuligem às costas
do céu negro,
alagado por cima das cidades
negro selado a bronze, sul distante, sussurrado
e a barra dos prédios
transpira um lacre quente
nos candeeiros,
da luz até às árvores,
aos bosques só de som,
à dança das folhagens atrás do vento,
sobrelevado indício
antes da palavra
tudo cai sobre as asas:
os limites lunares avultados
nos arbustos,
os comboios acamados na distância
do silêncio tardio,
a cerveja escondida
a polir o tédio
nos lábios baixos
hora de mel no abismo?
máscara de cal em corpo alado,
joalheria difícil
de gume frio na prata de gelo,
sonho acima do ar impossível

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Descrição

Háptica
Guilherme Vilhena Martins

Douda Correria