«A suposição sempre foi a de que um sistema, por definição, deve operar, e que ao operar deve portanto ser coerente: que a funcionalidade equivale à racionalidade. No entanto, não há nada que garanta tal suposição, nada que subscreva a relação sinónima entre «sistema» e «razão», e muito menos entre «sistema de significado» e «o significado da razão». E se a verdade de uma tal relação, no entanto, estivesse empossada não na sua coerência, mas no paradoxo imanente aos seus termos? Se um sistema pode ser descrito algoritmicamente, como uma série de ramificações, onde deve ser traçada a fronteira entre a aparente auto-evidência do seu significado e a auto-afirmação do seu dogma estrutural? Se a dialéctica platónica descreve os rudimentos de um sistema hermenêutico, que função serve a ironia dentro dela?»