Audre Lorde
“QUEM DISSE QUE SERIA SIMPLES?
Há tantas raízes na árvore da raiva
que às vezes os galhos estilhaçam-se
antes de brotar.
Sentadas em Nedicks
as mulheres reunem-se antes de marchar
discutindo as jovens problemáticas
que empregam para que se libertem.
Um balconista quase branco ignora
um irmão que espera para servi-las primeiro
e as senhoras não notam nem rejeitam
os prazeres fugazes da sua escravidão.
Mas eu, que estou vinculada ao meu espelho
assim como à minha cama,
vejo causas na cor
assim como no sexo
e sento-me aqui a imaginar
qual de mim sobreviverá
a todas estas libertações”.
(p.48)