Do Soneto 1 ao Soneto 40 – Bernardo M. H. R. Salgado

14.00

10. ERRAR & ERRAR
 
Escrevo dos porões de um barco argelino
Dormindo com o salitre até Marselha,
Daqui, donde não se vê uma centelha
De amanhecer que seja disso digno,
 
Por ser alvorecer da manhã indigno
Sobre chão de vergonha em que vagueia:
Dolente de salitre erra e passeia
Imaginando um dia alto e sistino;
 
Como foi o de outrora alvorecer
Do dia em que nasceu este que narra,
E que foi, por acaso, e a bom perder,
 
O dia em que nasceu Violeta Parra,
E que como Violeta há de morrer

Este homem que navega, narra e erra.

(p.13)

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Descrição

Do Soneto 1 ao Soneto 40
Bernardo M. H. R. Salgado

Edição do Autor, Novembro 2023