“21 de Novembro
Começo a não compreender uma quantidade de coisas.
Coisas que me incomodam como uma meia esburacada
que deixa ver o pé enfezado e amarelado de um intelectual.
Não gostam de pessoas que usam óculos.
Talvez a lua compreenda as casas
talvez as casas compreendam as suas janelas
eu porém não compreendo por que um candeeiro tem esses nome
quando um barco faz soar a sua sirena na noite
e quando candeeiros, barcos, semanas e cestos de pão
se amontoam em desordem pelo chão
e eu esfomeado abro a boca para que me alimentem
com uma côdea do pão que lhes ofereço.”
(p.39)