Uma primeira obra literária impressionante, sem miserabilismo, sem pena de si, As Malditas encontra o fulgor de uma vida sem limites através de uma linguagem de memória, inventividade, ternura e sangue. Um retrato de grupo contado através de uma releitura da mitologia, um manifesto explosivo sobre a força a dor e vontade de sobreviver de um grupo de travestis que queriam ser rainhas: «O que a natureza não dá, o inferno empresta.» Camila Sosa Villada nasceu em 1982 em Las Faldas, Córdoba, Argentina.
«A atitude inabalável, revolucionária, exemplar, desta irmandade de travestis malvistas, mal amadas, maltratadas, mal pagas, mal avaliadas, mal-afamadas foi a origem deste livro, e é essa a alquimia que percorre as suas páginas: a transformação da vergonha, do medo, da intolerância, do desprezo e da incompreensão em prosa de qualidade. Porque “As Malditas” é um relato de infância e um ritual de iniciação, um conto de fadas e de terror, um retrato de grupo, um manifesto político, uma recordação explosiva, uma visita guiada à imaginação fulgurante da sua autora e uma crónica única que vem polinizar a literatura. No seu ADN convergem as duas facetas do mundo trans que mais repelem e assustam a boa sociedade: a fúria travesti e a festa de ser travesti. E na sua voz literária convergem as três partes da santíssima trindade de Camila: a parte Marguerite Duras, a parte Wislawa Szymborska e a parte Carson McCullers.»
Juan Forn
O livro mais importante que li sobre sexualidade desde Jean Genet.
Édouard Louis