Afrotopia (2016) é um apelo convincente e uma reflexão importante sobre a necessidade de reinvenção e autodescoberta de um continente no século XXI: África, um mundo com outros trilhos a percorrer que não os traçados de antemão pela economia global. Felwine Sarr esboça o retrato de uma entidade continental e da sua diversidade e especificidades – dos valores e tradições das comunidades às vozes dos seus artistas e músicos, da configuração única das cidades a um rico universo mitológico –, revelando os contornos de uma africanidade contemporânea e incitando à valorização desta consciência colectiva. Afrotopia imagina o papel global de África, que o Ocidente teima em querer definir, contrapondo às seculares narrativas de conflito e subdesenvolvimento a histórica vitalidade do continente e um futuro nas mãos de quem o constrói.