O presente ensaio tem por finalidade responder à pergunta: “O que é a Escola de Frankfurt?” Tentará por isso apreender, antes de mais, a linguagem e a visão do mundo que lhe são próprias e não parecem imediatamente classificáveis dentro das categorias conhecidas da filosofia, da sociologia ou da política.
A Escola de Frankfurt, dir-se-á em termos imediatos, é a corrente que tomou corpo naquela cidade, aquando da criação em 1923 de um Instituto de Pesquisas Sociais. Esta primeira resposta indica de facto a ligação da Escola com esse preciso acontecimento institucional que a condiciona: não teria havido Escola sem o Instituto. Mas isso mais não é do que o suporte material de um fenómeno que o Instituto não abrande de modo algum, já que a ideia da Escola de Frankfurt só se desenvolveu depois de o Instituto ter sido obrigado a abandonar a Alemanha e que a expressão só foi especificamente utilizada após 1950.
Na realidade, a Escola de Frankfurt está centrada sobre uma entidade conceptual denominada Teoria Crítica, nome de baptismo de uma tentativa teórica original, introduzida por Max Horkheimer nos anos trinta, a que estão ligados, para além deste último, os nomes de Theodor Adorno, Walter Benjamin, Herbert Marcuse e Ernst Bloch, e entre cujos herdeiros se integram hoje figuras como as de Jurgen Habermas. Fenómeno ideológico, que atravessa os domínios da filosofia aplicada, da crítica política da autoridade e da teoria da história, a Escola de Frankfurt é um dos momentos essenciais da cultura europeia do século XX.